terça-feira, 4 de dezembro de 2012

ANA LUÍSA AMARAL: “O ESPANTO COM AS PALAVRAS ACONTECEU-ME”


  
   Gosta de todos os temas: qualquer tema pode estar na génese de um poema seu, desde o amor, ao leite-creme ou a uma simples ervilha… Gosta de viver junto ao mar, de conversar, de estar com os amigos, de cinema. Prefere a poesia à prosa e até a sua prosa é poética. Gosta de ler, embora não tenha nascido numa casa de grandes bibliotecas: sua mãe gostava de policiais e seu pai lia muito sobre engenharia. Já a sua tia, Luísa Amaral, que também escrevia poesia, foi uma influência muito importante.
     Ana Luísa Amaral gosta da música das palavras! Primeiro encantou-se com as palavras: o espanto com as palavras aconteceu-lhe muito cedo. Depois contactou com muitos autores através das seletas da escola. Mais tarde encontrou-se com O Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen. Um encontro muito forte. Maravilhoso!
     Ana Luísa Amaral lê muito, há muito tempo, escritores lusos e também estrangeiros, fruto da sua atividade de docente na FLUP. Como afirma, "o escritor é sempre um leitor e precisa sempre de ler o que os outros escrevem para encontrar a sua própria voz. Ler cria-nos mundos diferentes. A literatura, como toda a arte, é fundamental!"

Reportagem fotográfica de um encontro invulgar: imagens, sons e silêncios na diferença de COMO TU!

O Dr. Emídio Isaias e a Dr.ª Paula Aires deram
as boas-vindas a Ana Luísa Amaral.
Alunos do 5.º B leram poemas de COMO TU, sob o olhar atento da  autora.

A Dr.ª Elsa Silva leu um poema...



... e alguns alunos da nossa comunidade surda acompanharam-na.


Alunos ouvintes também leram...

... e houve tradução simultânea!





A poetisa leu e os alunos do 5.º A dramatizaram.
Encanto!


 Depois foi a vez das perguntas, das respostas e dos desafios...
















A Inês assistiu a tudo via Skipe!
Por último? Os autógrafos!

E ainda outro poema de Ana Luísa Amaral:


VISITAÇÕES, OU POEMA QUE SE DIZ MANSO 

De mansinho ela entrou, a minha filha. 

A madrugada entrava como ela, mas não 
tão de mansinho. Os pés descalços, 
de ruído menor que o do meu lápis 
e um riso bem maior que o dos meus versos. 

Sentou-se no meu colo, de mansinho. 
O poema invadia como ela, mas não 
tão mansamente, não com esta exigência
 tão mansinha. Como um ladrão furtivo,
 a minha filha roubou-me a inspiração, 
versos quase chegados, quase meus. 

E mansamente aqui adormeceu, 
feliz pelo seu crime. 

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